
Quiseram um dia pôr um fim a este amor, acabando por eternizá-lo nos corações de todos aqueles que amam e sofrem por amor, mas sobretudo sonham.
Um príncipe e uma … dama de companhia.
O Príncipe, era D. Pedro, filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela. Nascido a 8 de Abril de 1320 em Coimbra, foi o oitavo Rei de Portugal.
A dama era Inês de Castro, filha natural de Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares.
Em 1336, D. Afonso IV enviou mensageiros ao Reino de Castela a pedir a mão da infanta D. Constança, filha de D. João Manuel, Infante de Castela, em casamento, ao infante D. Pedro herdeiro do rei de Portugal, tendo sido aceite.
A deliberação de reter Constança deu origem a um conflito entre os dois reinos . Percebendo a situação, Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Leão e Castela negociaram e assinariam uma paz em Sevilha, em Julho de 1340.
Selado o matrimónio, D. Constança viaja para Portugal com Inês de Castro que era integrada como aia, abandonando Castela ao encontro de D. Pedro, que nunca viu.
O casamento com a presença dos dois noivos foi então celebrado em Lisboa, a 24 de Agosto de 1339.
Até que um dia …
... a formosura de Inês atraiu D. Pedro e a aproximação foi inevitável. A convivência com tão bela mulher em pouco tempo ateou o coração do Infante o amor e a paixão que não podia disfarçar.
... todos os momentos eram únicos, só e apenas deles .
Enquanto os dois apaixonados viviam o seu amor indiferentes a tudo(...)
(...)a rainha D. Constança, deu á luz o seu primeiro filho a quem chamarão D. Fernando, e que irá herdar o trono.
O pai de Pedro, D. Afonso IV, era um senhor firme de valores e não aprovando a relação entre os dois, uma vez que o filho era casado com D. Constança, manda exilar a bela Inês no Castelo de Albuquerque pensando que conseguiria apagar este amor.
No entanto, a distância não foi forte o suficiente para apagar o amor entre os apaixonados, para acabar com a intensidade e o desejo comum aos dois. Reza a lenda que, apesar da longa distancia, continuavam a corresponder-se com bastante frequência.
Em Outubro do ano seguinte, Constança morre ao dar à luz o segundo filho de D. Pedro, futuro Fernando I de Portugal.
Pedro, ficando viúvo, ordena o resgate de Inês do exílio, e os dois viver para sua casa. Esta decisão provocou um grande escândalo na corte, e um enorme desgosto ao Rei. Inicia-se aqui um desvario entre o Rei e o Príncipe.
Aquilo que teria surgido como um simples devaneio de família, depressa assumiu a importância de uma grave crise política. Devido ao estado de vergonha de Pedro, a corte pede justiça ao rei. Este decidiu então que a melhor solução seria a de mandar executar Inês, livrando assim Pedro deste amor.
O rei vai a Coimbra falar com Inês de castro. Inês tenta demover o rei D. João Manuel da sua decisão, alegando que os seus filhos ficarão órfãos, filhos estes que são seus netos. Mas aqui, onde qualquer ser humano ficaria comovido perante tal cenário e, ao matar uma dama indefesa e sem culpa, Afonso IV revela-se como o mais selvagem que todos os animais ferozes.
Sete, foi o dia, Janeiro foi o mês e 1355 foi o ano em que o rei cedeu as pressões dos seus conselheiros e do seu povo.
Logrando da ausência de D. Pedro numa excursão de caça, enviou Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco para darem o fim à sempre eterna D. Inês de Castro.
Nasceu assim uma lenda sobre este terrível acto de crueldade para com uma dama indefesa. Segundo essa mesma lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela Morte de D. Inês foram as causadoras da Fonte dos Amores da Quinta Das Lágrimas, e as algas avermelhadas que lá emanavam seriam o sangue derramado na sua morte.
D. Pedro louco de fúria e de dor pela morte de Inês de Castro destruíu por completo os terrenos e bastantes haveres dos conselheiros do Rei.
Não estando satisfeito com a vingança decidiu ir mais além. Reza a lenda que D. Pedro perseguiu os assassinos de D. Inês até ao Reino de Castela (local onde se tinham refugiado). Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram detidos e executados. D. Pedro ordenou que arrancassem o coração de um pelo peito e do outro pelas costas, assistindo ele a este terrível cenário de vingança enquanto se saciava com um grandioso banquete e ainda teve coragem para trincar aqueles corações que, para ele, seriam malditos para sempre.
O terceiro assassino conseguiu escapar à vingança de D. Pedro sendo posteriormente perdoado pelo próprio rei no seu leito de morte.
D. Inês, a única rainha póstuma foi coroada numa lúgubre cerimónia de coroação sendo “aceite” pelo povo com o ritual do Beija Mão da Rainha morta, onde todas as pessoas da corte tinham de se submeter a tal cerimonia a mando de D. Pedro Rei de Portugal.
D. Pedro tomou a decisão de fazer a homenagem merecida a D. Inês rainha de Portugal, ordenando a transladação os seus restos mortais para o Mosteiro de Alcobaça em Coimbra. Foi o maior cortejo fúnebre alguma vez visto onde toda a gente participou independentemente da sua classe social
(pobres, ricos, do povo da nobreza…).
Foi então na igreja do mosteiro de Alcobaça que D. Pedro disse o último adeus ao seu eterno amor.
Nunca existira um amor assim! Foi criada até uma lenda que reza que D.Pedro enlouqueceu ao ponto de coroar D. Inês depois de morta.